Wednesday, August 18, 2010

Porquê?


Quantas vezes acontecem coisas sobre as quais nos questionamos «porquê?»

Porque é que perdemos aquela amizade? Porque é que não conseguimos aquele emprego? Porque é que adoecemos? Porque é que aquela pessoa da nossa confiança nos atraiçoou? Porquê isto? Porquê aquilo?...

Todos nós passamos por problemas, situações em que não compreendemos as suas causas. E, muitas vezes, a maior questão até nem tem a ver com o facto de algo ter ou não acontecido , mas sim porque é que Deus , que supostamente nos deveria proteger de todo o mal , permite que essas coisas nos aconteçam.

Será que não nos ama mais? Será que nos abandonou?

Quantas vezes pensamos que algo que nos está a acontecer é por culpa do nosso Pai? E cobramos-lhe isso mesmo, chegando até a esfriar na fé, deixando de confiar n'Ele e na Sua infinita Sabedoria.

Na verdade, «tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus» (Romanos 8:28) - até as situações adversas! Diria mais: são, principalmente, as situações adversas que cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

Porque nós aprendemos com as adversidades !

A partir do momento em que conseguimos distanciar-nos de um problema e conseguimos parar de ter pena de nós próprios, começamos a tirar lições daquela situação - lições estas que são preciosas!

Por um lado, porque vão servir de base para resolver problemas semelhantes no futuro - aprender a lidar com esta ou aquela situação só é de facto difícil na primeira ou segunda vez que a encaramos. Todas as outras vezes em que estejamos novamente a enfrentar o mesmo problema, ele já não nos afectará tão profundamente e lidaremos com ele de forma objectiva e prática, solucionando-o rapidamente. Isto é crescer - a todos os níveis.

Por outro lado, porque vamos adquirir capacidade para ajudar outros, que estejam a passar por problemas equivalentes, a manter a esperança, pois estaremos em condições de lhes providenciar armas para combater aquela situação, através da Fé. Quem melhor sabe consolar alguém do que outro alguém que passou o mesmo e sabe exactamente o que o seu irmão (ou irmã) está a pensar, a sentir e a sofrer perante aquela situação?

E a resposta à pergunta «Porquê, Pai?» começa a fazer-se clara no nosso espírito:

1 - Porque Deus é Pai! E como qualquer Pai que se preze, Ele permite-nos passar por tribulações para nos ajudar a crescer, para nos fortalecer e ajudar a adquirir maturidade para enfrentar o mundo. Se isso tiver de ser pela dor, que seja. Se tivermos que chorar, então rasguemos a alma diante d'Ele! É preferível suportar contrariedades com Ele, que nunca permite que sejamos tentados (e entenda-se também, provados) além das nossas forças; do que ter uma vidinha fácil e, perante qualquer problemazinho, nos desmoronarmos completamente, ficarmos perdidos sem saber o que fazer, simplesmente porque não estamos fortalecidos para o enfrentar com coragem e confiança.

2 - Para manter a nossa comunhão com Deus e a nossa fé activa. Há que dar graças e alegrarmo-nos por Ele ter o cuidado de permitir que certas coisas aconteçam na nossa vida - para que o nosso orgulho não aumente de tal maneira que comecemos a pensar que não precisamos mais d'Ele e que a nossa força e a nossa inteligência são suficientes para lidar seja com o que for. É nos momentos mais difíceis que nós nos humilhamos mais, buscamos mais a presença de Deus, sacrificamos mais e usamos mais a nossa fé. Há provações que passamos apenas para que a nossa fé se mantenha activa e não esmoreça, levando-nos para longe da presença do Pai, e acabemos, em consequência disso, por perder o nosso bem mais precioso que é a nossa salvação. E, claro, quando a vitória vem, somos capazes de afirmar , com todas as letras e com toda a legitimidade, que foi Ele e apenas Ele, quem nos abençoou. Podemos, de facto e em consciência, atribuir o mérito apenas a Ele. Glorificá-Lo verdadeiramente!

3 - Para nos preparar para uma benção. Todos sabemos que antes de conseguirmos obter uma benção, teremos de lutar e sacrificar por ela. O que a muitos escapa é que, além disso, teremos de passar por um teste. Esses testes, são situações adversas que acontecem enquanto estamos a lutar por alguma coisa (ou logo após a termos alcançado) e servem para moldar o nosso carácter. Normalmente, são situações que nos ensinam algo necessário para podermos preservar a benção que queremos. E quanto maior ela for, quanto maior o grau de responsabilidade ela exigir, maior e mais difícil será o nosso teste.
Lembremos de Abrãao: logo após tê-lo abençoado, Deus pediu-lhe, em sacrifício, o filho que ele tanto desejara (?!) Porquê? Porque Abrãao foi escolhido para ser pai da Nação Espiritual que Deus queria formar (da qual nasceu, várias gerações mais tarde, Aquele que veio a tornar-se o nosso Senhor e Salvador). A obra que Deus pretendia realizar não poderia nunca ter tido êxito se Abrãao tivesse amado mais o próprio filho do que a Deus, o que o levaria a desobedecer à ordem dada. Como sabemos, a obra de Deus assenta na obediência - na desobediência ela não subsiste. Se Abrãao tivesse falhado, hoje poderíamos até nem ter a graça da salvação por intermédio de Jesus!

Voltando ao principal, o objectivo é claro: Deus não quer que, por uma falha do nosso carácter, por falta de experiência ou por falta de sabedoria, nós venhamos a perder aquilo que Ele nos ajuda a conquistar com tanto esforço. Ele não está apenas interessado em nos abençoar, mas principalmente em garantir que nós estamos preparados para obter e preservar a benção. E isto é em todos os sentidos - seja a nível espiritual, sentimental, financeiro, familiar, seja o que for. Por isso é que aquilo que Deus dá, ninguém tira, nem ninguém (a não ser a própria pessoa) pode destruir.

4 - Para manifestar o Seu poder e fazer a Sua obra (salvar). Certa vez, o Senhor Jesus estava a passar e encontrou um homem que era cego de nascença. Quando os discípulos lhe perguntaram quem tinha pecado para que ele estivesse naquela situação, se o homem ou os seus pais, Jesus respondeu que nem o homem nem seus pais tinham pecado, mas que aquilo tinha acontecido para que a glória de Deus fosse manifestada, e, em seguida, curou aquele homem. Deus conhece os nossos limites e sabe até onde nós somos capazes de suportar certos problemas. O objectivo principal d'Ele é salvar e o veículo usado para chegar até quem está a sofrer somos nós. Se Ele permite que passemos uma determinada situação para que outros saibam que Ele é Todo-Poderoso para nos livrar dela, então assim seja! Não lhe pergunte porquê, simplesmente se disponha a aprender e confie... porque Ele sabe o que faz!

Para meditar:

«Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor, pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais» (Jeremias 29:11)

Que Deus vos abençoe a todos!

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